quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Apresentação deste blog

Criei este blog para fazer exercícios de treinamento de redação de textos. Quem se dedica à escrita tem que escrever todos os dias. O caso é que escrever só para si é diferente de escrever para publicar. A exposição faz toda a diferença. Então... vamos dar a cara para bater!

Abaixo, há outros blogs meus com textos menos "experimentais":

http://afisicasemove.blogspot.com/

http://polticainternacionalafricana.blogspot.com/

Ciência x cultura?

Incomoda-me a divisão estanque entre jornalismo cultural e jornalismo científico. Afinal, ciência é cultura. Não só, mas também. É verdade que não seria lá muito adequado discutir inovações tecnológicas ou política científica em cadernos culturais. Mas a ciência vai muito além disso. Buracos negros, elos entre símios e seres humanos, a vida privada na Idade Média, nada disso tem a ver com desenvolvimento de novas tecnologias. É bom saber dessas coisas porque... é interessante! E conhecê-las faz parte da formação do cidadão pelas mesmas razões que conhecer músicas de Mozart ou os livros de Guimarães Rosa: alarga os horizontes e capacita a procurar alargá-los. Olha só: a cientificíssima teoria do Big-Bang veio interferir com força total em elementos tradicionais de qualquer cultura – sua cosmologia, sua visão de mundo, e até sua religião. É cultura.

Às vezes dá para encontrar no jornalismo cultural alguma coisa das ciências humanas, como a sociologia, mas mais em cadernos culturais elitizados dominicais de jornais maiores. Mesmo áreas vistas como essencialmente culturais pelo senso comum, como a filosofia, têm o mesmo tratamento ou são encaradas como literatura (é comum acontecer em estantes de livrarias).

Claro que melhorar tudo isso implicaria em acrescentar a ciência à já assustadora biblioteca dos jornalistas culturais. Simplesmente adicionar jornalistas científicos aos cadernos de cultura não seria suficiente, pois uma das melhores características dos seus colegas “culturais” é entenderem um pouco, às vezes muito, de tudo – e os científicos terão que estudar música, teatro etc. Se não, estaríamos apenas mascarando a divisão estanque. Bem... ninguém disse que a vida era fácil.